terça-feira, 9 de junho de 2009

Como somos diferentes!




Dia dos namorados já passou e muitas mulheres estão um pouco tristes, chateadas, decepcionadas por não terem recebido a atenção que esperavam receber. É preciso lembrar que tudo que foi feito dia 12 deve ser feito também nos outros dias, independente de datas a serem comemoradas, não é mesmo? Nós mulheres sabemos disso, mas por que será que é tão difícil para os homens entenderem algo que é tão óbvio para nós?

Muitos sabem e agem assim, cuidando, demonstrando, falando, mas são poucos, e os outros, na maioria, fazem, mas apenas no início do relacionamento e depois de algum tempo param porque acham que não é mais necessário. Como estão enganados! Como podem sequer imaginar que nos cansamos de ouvir "eu te amo" todos os dias? E o quanto desejamos ouvi-lo dizer: "como você está se sentindo, ou ainda, como você passou seu dia?" São detalhes que fazem toda uma diferença no relacionamento. Claro que existem várias formas de expressar esse amor, mas parece difícil nos fazermos compreendidas.

Precisamos sim de demonstrações diárias de amor. Para isso existem vários símbolos, que podem ser uma flor, um bilhete, um e-mail, um telefonema, um cartão, só para nos lembrar o quanto somos importantes e amadas. São pequenos gestos, sem valor material algum, mas que nos fazem sentir especiais. Quando ele deixa de fazer essas pequenas demonstrações, que com certeza fez no começo, é como deixasse de nos amar.

Eles também precisam saber que são amados, mas parece que para eles o simples fato de nos terem ao seu lado seja o suficiente. Por que os tornamos tão seguros? Estamos sempre dependendo deles para sabermos de nosso valor. Se falam algo que nos fazem sentir valiosas e importantes, vamos ao céu. Mas, quando nada falam, vamos ao outro extremo. Quanto a nós, estamos sempre demonstrando, cuidando, sem que precisem pedir, e isso os faz se sentirem importantes e seguros de nosso amor. Tão diferente de nós!

Para nós, amar alguém é cuidar de suas necessidades e muitas vezes, infelizmente, essa necessidade vai sendo substituída por outra, a necessidade de servir ao outro, de agradar, quem sabe com o intuito de ser reconhecida, ter a atenção. Com isso, algumas mulheres cedem tanto, que acabam por perder o contato com elas mesmas e com suas necessidades, tornando-se uma pessoa que só reclama e lamenta a ausência e falta de atenção por parte do parceiro. Com essa atitude, além de destruir a si mesma, acaba por colaborar e reforçar a destruição da relação.

É claro que é mais fácil oferecer apoio emocional ou qualquer outra demonstração de afeto quando foi recebido na infância. O que acontece muita vezes é que seu parceiro pode não ter tido nada disso quando criança e, apesar de saber o quanto faz falta, não se sente capaz de demonstrar. Do outro lado, se você foi ignorada, desrespeitada e rejeitada na infância necessita ainda mais de atenção, ficando difícil lidar com essas situações de falta de demonstrações de amor.

Nosso inconsciente age como se fizesse reviver toda emoção reprimida da época e por isso, muitas vezes, algumas mulheres têm reações desproporcionais, ela mesma assustando-se ou fazendo com que o parceiro sinta-se perdido, não conseguindo saber onde errou. Ou seja, cada um pode ter necessidades muito diferentes, o que não quer dizer que uma seja errada e outra certa. Simplesmente são diferentes. E imaginem juntar a necessidade enorme de receber com alguém que não consegue dar.

Para recebermos mais em nossos relacionamentos precisamos aprender como dar, não aquilo que precisamos, mas aquilo que nosso parceiro precisa, pois nem sempre damos o que o outro quer. Os dois lados estão dando, mas ninguém está recebendo. É preciso ter sensibilidade para sentir e oferecer o que o outro deseja. E isso serve para homens e mulheres.

É certo que cada um tem sua própria maneira de expressar seus sentimentos, mas que nem sempre vão ao encontro das necessidades de quem recebe. De que adianta eu te dar um presente que satisfaça apenas a mim e não a você? É mais ou menos assim, não é? São nesses desencontros que muitas vezes a distância começa, a indiferença se instala e amor estremece. E a única saída para não acabar em uma separação ainda é o diálogo.

É preciso conversar, conversar. Se ele se arrepiar só de falar em conversar sobre sentimentos, procure mostrar a ele o quanto isso é importante para os dois. Fale das suas necessidades e carências, que na verdade os dois têm, como forma de incentivá-lo a falar das suas próprias.

A necessidade de ser respeitada, de ser percebida por tudo que faz é tão importante quanto à necessidade de ser você mesma na relação sem ter que desistir de quem você é. Você pode se dar sem se perder. E pode receber sem ter que pedir. Basta que cada um tenha a sensibilidade para ouvir o outro, como se tivesse ouvindo a voz do próprio coração.

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